NUNCA UM MÓVEL NUM IMÓVEL
Espírito de Minas, me visita,
e sobre a confusão desta cidade,
onde a voz e buzina se confundem,
lança teu claro raio ordenador.
Conserva em mim ao menos a metade
do que fui de nascença e a vida esgarça:
não quero ser um móvel num imóvel,
quero firme e discreto o meu amor,
meu gesto seja sempre natural,
mesmo brusco ou pesado, e só me punja
a saudade da pátria imaginária.
Essa mesma, não muito.
Balançando entre o real e o irreal,
quero viver como é tua essência e nos segredas,
capaz de dedicar-me em corpo e alma,
sem apego servil ainda o mais brando.
(...) Espírito mineiro, circunspecto
talvez, mas encerrando uma partícula
de fogo embreagador, que lavra súbito,
e, se cabe, a ser doidos nos inclinas:
não me fujas no Rio de Janeiro,
como a nuvem se afasta e a ave se alonga,
mas abre um portulano ante meus olhos
que a teu profundo mar conduza, Minas,
Minas além do som, Minas Gerais.
(Oração do mineiro no Rio de Janeiro. Drummond In Fazendeiro do Ar)
e sobre a confusão desta cidade,
onde a voz e buzina se confundem,
lança teu claro raio ordenador.
Conserva em mim ao menos a metade
do que fui de nascença e a vida esgarça:
não quero ser um móvel num imóvel,
quero firme e discreto o meu amor,
meu gesto seja sempre natural,
mesmo brusco ou pesado, e só me punja
a saudade da pátria imaginária.
Essa mesma, não muito.
Balançando entre o real e o irreal,
quero viver como é tua essência e nos segredas,
capaz de dedicar-me em corpo e alma,
sem apego servil ainda o mais brando.
(...) Espírito mineiro, circunspecto
talvez, mas encerrando uma partícula
de fogo embreagador, que lavra súbito,
e, se cabe, a ser doidos nos inclinas:
não me fujas no Rio de Janeiro,
como a nuvem se afasta e a ave se alonga,
mas abre um portulano ante meus olhos
que a teu profundo mar conduza, Minas,
Minas além do som, Minas Gerais.
(Oração do mineiro no Rio de Janeiro. Drummond In Fazendeiro do Ar)
NUNCA UM MÓVEL NUM IMÓVEL
Reviewed by vivianne pontes
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