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ARRABALDES, OU PAULO MENDES DA ROCHA

Lembra João, o que eu te disse? Que todo dia aprendo uma coisa? E nem tenho 9 anos! Um caminho, um jeito de fazer ou uma beleza nova. Todo dia. Que grapefruit, pomelo e toranja são a mesma fruta. Ou quase. Que a agulha certa facilita a costura. Que JKRowling assinou os livros assim, para que não soubessem que era mulher. Esse foi ruim. Que eu adoro leite de tigre, delícia.

Palavra nova é o aprender mais gostoso. Lembra o dia que expliquei, pra você e pra Aninha, aquelas 3 palavras que eu adoro, e guardo como tesourinho? Algures dá pra achar, alhures tá frio e nenhures sumiu. Palavras preferidas, junto com gambiarra, serigüela e jaboticaba. (Jaboticaba faz estalinhos na boca, feito a fruta estourando no dente.) Chego aguar com palavra nova. Hoje, João, aprendi arrabalde. Arrabaldes. Sei lá, achava que era muito, ou nunca tinha parado pra achar. Mas de ouvir um moço muito sabido, Paulo Mendes da Rocha, arquiteto quinem seu avô, vi que era outra coisa. Percebi. Arrabalde é lonjura, distâncias, assim de uma cidade. Palavra de gastar tempo no trânsito. Sei se gostei não.

♥ Algures = em algum lugar │ Alhures = em outro lugar │ Nenhures = em lugar nenhum
ARRABALDES, OU PAULO MENDES DA ROCHA Reviewed by vivianne pontes on 15:01 Rating: 5

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