Eu tenho uma irmã. A irmã mais linda que já se viu. Me fazia de boneca, escolhendo minha roupa. A gente tem uma família patchwork, sabe? Meu pai, a mãe dela, nosso irmão. Mas ela sempre foi a minha irmã. Me fazia estudar, fazia lanche pra mim. Convencia o meu pai a me tirar do castigo. Me ensinou tanto, tanto da vida. Quando me via chorar, dizia: “Para com isso menina, chorar dá rugas.” Ontem foi aniversário dela. Mas eu não pude estar com ela. Não consegui falar com ela. A irmã mais bonita do mundo, que me deu a sobrinha mais fofa e o cunhado mais gente fina. Que já era fera nos negócios aos 18. E que veste 38 até hoje. Está triste. Muito triste. E se internou pra curar a tristeza. Esse monstro sem rosto. Que nos come por dentro.
Então a você, que lê este blog, eu peço um favor. Não vai doer. Um presente de aniversário: um pensamento bom, uma alegriazinha. Pra ela, Juliana, que saia dessa logo. E pare de chorar. Porque chorar dá rugas.
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