METÁFORA
Você já teve um furúnculo? Começa como uma espinha, um incômodo. Depois cresce e dói. Incomoda mais. Então amadurece, explode ou é espremido. Dói muito. Por fim é a fase de cura: a gente sabe que vai passar, tá sarando, mas leva um tempo pra não doer mais nada. Até chegar um momento que não dá nem pra lembrar mais dele.
Meu “furúnculo” sarou. Soube disso no momento em que abri os olhos, ainda antes de levantar a cabeça do travesseiro. Acordei animada: era sábado! Fiquei contente por ter abordado um dia aquele moço que passa na bicicleta com um cesto enorme e perguntado o que ele fazia, “Entrego pão, moça.” Fiquei feliz por morar num bairro em que o moço da padaria entrega o pão. Fiquei feliz pela cortina que eu mesma fiz, que não é nem grossa e nem fina e deixa um pouco da luz da manhã entrar no quarto. Essas coisicas, esses ciscos de alegria me catapultaram da cama às 7. E eu me arrumei e fui passear no Saara. Comprei tecidos, conversei com pessoas na rua, brinquei com os moços que iam furando fila na Caçula, que riram de verdade, ficaram sem graça e voltaram pro final da fila. Peguei uma van e ri sozinha quando vi que o motorista era o que tinha carregado a Bélgica no lotação uma outra vez. O ouvi contar que estava de mudança, pra Curitiba: eita o mudo compasso da vida, os ciclos.
E então se eu soubesse assobiar, era assim que tinha chegado em casa.
***
Domingo é dia de almoço com gentes. Adoro. Marido fez bobó, amigos vieram e eu costurei uma toalha nova para a mesa, com tecido florido do Saara. Hedonismo solidário, pratiquemos.
Meu “furúnculo” sarou. Soube disso no momento em que abri os olhos, ainda antes de levantar a cabeça do travesseiro. Acordei animada: era sábado! Fiquei contente por ter abordado um dia aquele moço que passa na bicicleta com um cesto enorme e perguntado o que ele fazia, “Entrego pão, moça.” Fiquei feliz por morar num bairro em que o moço da padaria entrega o pão. Fiquei feliz pela cortina que eu mesma fiz, que não é nem grossa e nem fina e deixa um pouco da luz da manhã entrar no quarto. Essas coisicas, esses ciscos de alegria me catapultaram da cama às 7. E eu me arrumei e fui passear no Saara. Comprei tecidos, conversei com pessoas na rua, brinquei com os moços que iam furando fila na Caçula, que riram de verdade, ficaram sem graça e voltaram pro final da fila. Peguei uma van e ri sozinha quando vi que o motorista era o que tinha carregado a Bélgica no lotação uma outra vez. O ouvi contar que estava de mudança, pra Curitiba: eita o mudo compasso da vida, os ciclos.
E então se eu soubesse assobiar, era assim que tinha chegado em casa.
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Domingo é dia de almoço com gentes. Adoro. Marido fez bobó, amigos vieram e eu costurei uma toalha nova para a mesa, com tecido florido do Saara. Hedonismo solidário, pratiquemos.
METÁFORA
Reviewed by vivianne pontes
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