BELA BAGUNÇA
Eu tenho um vício: Simenon. E do último que li, uma frase ficou sobrevoando minha cabeça, como inseto em lâmpada: "O interior da casa era de impecável mau gosto, muito bem envernizado e disposto como se jamais fosse usado."
Então eu tava aqui pensando. É que eu gosto de casas bagunçadas. Bem, não bagunçaaaadas, não em desordem, e nunca sujas. Mas com vestígio de gente e de vida. Com paredes que contam histórias. Com objetos que sussurram informações sobre seus donos. Por isso gosto tanto do Selby (autor da foto), de paredes cheias, de cores.
Mas não vou explicar mais, pra não me embolar.
***
Glória falava sobre as teologias com os alunos: virtude é um poder, uma força. A hortelã, por exemplo, tem a virtude, o poder de acabar com os vermes. Porciúncula respondeu na prova: as três virtudes são a fé, a hortelã e a caridade. Toda vez que explicava demais, as coisas se destrambelhavam. Não explica muito não, mãe, Maria lhe disse uma vez, me atrapalha de entender. Adélia Prado, in Cacos para um vitral
BELA BAGUNÇA
Reviewed by vivianne pontes
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