ZANINE CALDAS - PARTE I
José Zanine Caldas foi paisagista, maquetista, escultor, moveleiro, arquiteto, e professor. Não nessa ordem. Nasceu em Belmonte*, na Bahia, em 1919.
Há que se entender o homem para se entender a obra. Eu acredito assim, e é assim que vou tentar contar a obra de Zanine, do meu ponto de vista.
Eu fui a Belmonte* quando era criança. Os índios caiapós davam muita pinta por ali, com aldeia bem perto da cidade (5km? Sei que era uma distância que dava pra ir a pé). Lembro de muitas ‘ilhas’ fechadas de Mata Atlântica, e a madeira abundante explicava as cercas das fazendas, feitas inteirinhas de madeira negra de piche com pontas pintadas de branco. A estrada de chão deixava o cabelo duro e empoeirado na chegada. O povo simples, as casas baixas. Acho que Belmonte era pequena demais para ter hospital. Simples demais para ter uma fábrica de móveis. Quando chovia, como muitas outras cidades do interior de Minas e do sul da Bahia, ficava isolada. E Salvador, a capital, fica longe, muito longe, na outra ponta do estado gigante.
Isso nos anos 80, agora imagine esse cenário anos antes, década de 30, época da infância de Zanine?
Filho de um médico, aos 13 anos começou a fazer presépios de Natal para os vizinhos, usando caixas de seringa do pai, feitas de papelão. Mas vamos combinar? Madeira ali não faltava. Mas as caixas eram leves, o material estava disponível, era de fácil execução, e o custo era zero. A necessidade técnica mínima. Por que não?
Mais tarde, teve aulas de desenho com um professor particular e, aos 18 anos, foi para São Paulo, trabalhar como desenhista numa construtora. Saiu de lá em 41, para abrir um escritório de maquetes no Rio de Janeiro.
Da oficina de Zanine saíam os protótipos de projetos assinados por Lúcio Costa, Bratke e Oscar Niemeyer. Acompanhava atento as discussões e os questionamentos que normalmente surgem no momento em que um projeto é visto pela primeira vez em três dimensões.
*Continua amanhã. Veja fotos de Belmonte aqui e aqui.
P.S.: Quando eu era criança, meu avô dizia que Belmonte era povoada pelos índios botocudos. Tudo invencionisse, mas quando lembro de Belmonte, é isso que me vem na cabeça, índios botocudos.
♥ Parte II
♥ Parte III
♥ Parte IV
Há que se entender o homem para se entender a obra. Eu acredito assim, e é assim que vou tentar contar a obra de Zanine, do meu ponto de vista.
Eu fui a Belmonte* quando era criança. Os índios caiapós davam muita pinta por ali, com aldeia bem perto da cidade (5km? Sei que era uma distância que dava pra ir a pé). Lembro de muitas ‘ilhas’ fechadas de Mata Atlântica, e a madeira abundante explicava as cercas das fazendas, feitas inteirinhas de madeira negra de piche com pontas pintadas de branco. A estrada de chão deixava o cabelo duro e empoeirado na chegada. O povo simples, as casas baixas. Acho que Belmonte era pequena demais para ter hospital. Simples demais para ter uma fábrica de móveis. Quando chovia, como muitas outras cidades do interior de Minas e do sul da Bahia, ficava isolada. E Salvador, a capital, fica longe, muito longe, na outra ponta do estado gigante.
Isso nos anos 80, agora imagine esse cenário anos antes, década de 30, época da infância de Zanine?
Filho de um médico, aos 13 anos começou a fazer presépios de Natal para os vizinhos, usando caixas de seringa do pai, feitas de papelão. Mas vamos combinar? Madeira ali não faltava. Mas as caixas eram leves, o material estava disponível, era de fácil execução, e o custo era zero. A necessidade técnica mínima. Por que não?
Mais tarde, teve aulas de desenho com um professor particular e, aos 18 anos, foi para São Paulo, trabalhar como desenhista numa construtora. Saiu de lá em 41, para abrir um escritório de maquetes no Rio de Janeiro.
Da oficina de Zanine saíam os protótipos de projetos assinados por Lúcio Costa, Bratke e Oscar Niemeyer. Acompanhava atento as discussões e os questionamentos que normalmente surgem no momento em que um projeto é visto pela primeira vez em três dimensões.
*Continua amanhã. Veja fotos de Belmonte aqui e aqui.
P.S.: Quando eu era criança, meu avô dizia que Belmonte era povoada pelos índios botocudos. Tudo invencionisse, mas quando lembro de Belmonte, é isso que me vem na cabeça, índios botocudos.
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ZANINE CALDAS - PARTE I
Reviewed by vivianne pontes
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